quarta-feira, 23 de maio de 2012

A César o que é de César


Na semana em que o texto "Por quem os sinos dobram?" comemora um ano de aniversário, o jornal Zero Hora divulga a perda do cargo e a condenação à prisão do reitor Antonio César Gonçalvez Borges.  










Marcada em laranja, a pessoa que vos fala, há mais ou menos um ano na reitoria ocupada.


Não posso dizer que a ocupação surtiu tanto efeito. Não sei nem se conseguimos chamar muita atenção para a causa. Mas o que foi publicado hoje responde as críticas da época: não estávamos errados.





terça-feira, 22 de maio de 2012

SiCKO Killer


Michael Moore mais uma vez põe o dedo na ferida dos EUA: sai da sala de espera e faz um exame no sistema de saúde do país.  

Na produção indicada ao Oscar de melhor documentário em 2006, ironia e sarcasmo, sem doses homeopáticas, são parte do tratamento dado aos planos de saúde estadunidenses. Os serviços públicos não ficam imunes e são comparadas amostras oriundas do Canadá, da Inglaterra, da França e de Cuba. 

Ao analisar os materiais e fazer o diagnóstico, o protagonista se mostra sensibilizado pela causa das pessoas com quem se depara e incrédulo com as discrepâncias entre sistemas de saúde pública nos  países que visita. Entre os depoimentos coletados está o de um político que receita o voto inteligente, por parte dos mais necessitados, como profilaxia contras as patologias crônicas sociais e administrativas. 



O filme é um convite à reflexão e às mudanças, preferencialmente antes de ficarmos presos à maca e não termos mais forças para remediar a situação.

Música que rendeu o trocadilho do título da postagem acima:
Psycho Killer, da nova iorquina Talking Heads:
http://www.youtube.com/watch?v=l5zFsy9VIdM

terça-feira, 15 de maio de 2012

"A fé que você deposita em você e só."



Enquanto alguns religiosos afirmam a existência de ex-gays (e outras transformações promovidas pela fé) , Fábio Marton define-se como um ex-crente. Seu livro, "Ímpio - O Evangelho de um Ateu", traz memórias de sua vida de crente, no interior de São Paulo e na capital paranaense. 

O jornalista participou do Programa do Jô e sua entrevista foi considerada uma das mais divertidas, segundo usuários do YouTube. 

Entrevista de Fábio Marton no Programa do Jô



Foi assim que a descobri e assisti. Fiquei interessada no livro, que tive a felicidade de encontrar na Feira do Livro, em Joinville.

O autor descreve comportamentos e pensamentos, em vários momentos de seu desenvolvimento, mediados pelo ensino religioso que recebeu. Divagações, dúvidas, dificuldades, surpresas, a paixão por ciências e a descoberta do rock permeiam um relato de busca de por conhecimento e uma verdade capaz de nortear a própria existência. 

O menino Fábio cresceu, tornou-se independente e alcançou a realidade que desejava, sem que para isso tivesse de esperar pela chegada aos céus. A aceitação do mundo como ele é, sem a permanência num universo paralelo por boa parte do tempo, contribuiu para melhorias na vida terrena do paulistano. Se efêmera, ao menos dela se tem certeza e durante muito tempo (na maioria dos casos), não há como dela fugir. Ao abandonar a procura por milagres, Marton pode se desfazer da cruz de paradigmas que carregava e de seu jejum de relacionamentos (afetivos e amorosos). Foi adotada, em palavras do jornalista, "a fé em se tentar algo sem saber aonde aquilo pode levar, que é a coragem".

Sarcasmo e ironia são traços da obra, além das constantes explicações sobre rituais e a criação de certas igrejas, divergências entre seus membros, origens das ramificações e estratégias de "marketing" de pastores. "Basta um cachorro para segurar duzentas ovelhas."